domingo, 18 de novembro de 2012

PROLAPSO DA GLÂNDULA DA TERCEIRA PÁLPEBRA EM CÃES ou CHERRY EYE


         Os animais domésticos apresentam três pálpebras, são elas superior, inferior e
terceira pálpebra. As pálpebras superior e inferior convergem e se unem para formar os ângulos medial e lateral. Já a terceira pálpebra tem como funções a proteção física para a córnea, secreções das glândulas tarsais e células caliciformes, distribuição da lâmina pré-corneal pelos movimentos, além da drenagem da lágrima do ducto nasolacrimal.
         A localização da terceira pálpebra está entre a córnea e a pálpebra inferior, na porção nasal do saco conjuntival inferior. A glândula da terceira pálpebra está localizada, como seu próprio nome diz, na terceira pálpebra. Ela é umas das responsáveis pela produção da lágrima em até 50% de acordo com alguns autores.

          O prolapso da glândula da terceira pálpebra ou 'cherry eye''-olho de cereja, ocorre quando a glândula  desloca-se dorsalmente, ficando exposta a poeira e ao ressecamento (ceratoconjuntivite seca), resultando em inflamação, infecção secundária e tumefação. É caracterizada pelo aparecimento e exposição constante ou intermitente, de uma massa de tecido glandular e conjuntival, edemaciado, no canto naso-medial do olho.Ocorre majoritariamente em cães, porém há relato na espécie felina.


          A causa principal é a a fraqueza, ou ausência, das bandas de tecido conjuntivo que unem a porção ventral da membrana nictitante aos tecidos periorbitais.  
         O diagnóstico é feito através de anamnese, do histórico, do exame clínico(valendo-se do recurso semiológico da inspeção) e da apresentação clínica.
          O tratamento medicamentoso é insatisfatório, sendo assim necessário o método cirúrgico de reposicionamento da glândula da terceira pálpebra dentro da terceira pálpebra. Não se faz a retirada da glândula, devido o prejuízo de suas funções para o desenvolvimento e qualidade do animal. As técnicas cirúrgicas utilizadas são a de Blogg, Kaswan e a mais empregada a de Martin. Todas essas utilizam princípios de ancoragem da glândula a outros tecidos periorbitais.       
         As raças mais predispostas são Cocker Spaniel Americano, Boston Terrier, Beagle, Buldogue Inglês, Mastino Napolitano, Shar Pei, Poodle e Shih Tzu.
              Diagnóstico diferencial para protusão da terceira pálpebra, sem o prolapso da glândula, pode ocorrer em raças de grande porte, secundária a patologias orbitárias como neoplasias, ou em decorrência de doenças sistêmicas como raiva e tétano ou devido à Síndrome de Horner (WARD, 1999; GELATT, 2003).
            Em gatos, a condição clínica da aversão da cartilagem da terceira pálpebra é semelhante ao prolapso da glândula em cães. (ALBERT et al., 1982).
            É importante identificar quando se trata de um processo neoplásico, já que hemangiosarcoma da terceira pálpebra já foi descrito tanto em caninos como em felinos (MULTARI et al., 2002; LIAPIS; GENOVESE, 2004).


domingo, 21 de outubro de 2012

Doença das Glândulas anais



Doença das Glândulas anais
 
GLÂNDULAS ADANAIS: INFECÇÃO E TRATAMENTO.

As Glândulas Anais existem tanto no macho como na fêmea.
Localizados na região do ânus, os sacos anais são duas bolsas que abrigam um par de glândulas.
Essas glândulas são responsáveis pela produção de um líquido gorduroso, de cor amarelada, com odor naturalmente desagradável, cuja função principal é comportamental, isto é, os animais se identificam através desse cheiro. A glândula produz um dos odores usados pra marcar território. As glândulas anais são a razão dos cães se cheirarem naquela região; eles não cheiram o ânus, e sim as glândulas que ficam à volta.




A drenagem desse líquido é natural e ocorre durante a passagem das fezes. No entanto, essas glândulas podem inflamar, levando o animal a um enorme desconforto para defecar.
As causas da inflamação são várias: obstrução do orifício de passagem da secreção, excesso de secreção, drenagem insuficiente, etc.. A região anal fica muito inchada e dolorida à palpação.
O animal sente-se incomodado e, por esse motivo, esfrega o ânus no chão, lambe ou tenta morder a região. O processo pode evoluir para uma infecção e formação de fístulas.


 Tratamento

O tratamento consiste em retirar todo o líquido acumulado, fazer uma lavagem e desinfecção dos sacos anais e administrar medicamentos adequados (antibióticos, anti-inflamatórios…). O processo pode voltar e para evitar a recidiva, devemos proceder à drenagem dessas glândulas periodicamente. A drenagem deve ser feita pelo veterinário, quinzenalmente, ou durante os banhos, desde que o profissional ou mesmo o dono do animal esteja treinado para realizar o procedimento.
 

Abscesso
Existem animais que apresentam a doença de forma crônica o que compromete sua qualidade de vida. Nesses casos, o tratamento cirúrgico com a remoção das duas glândulas é indicado.




Que doenças podemos encontrar nos Sacos Anais?
1 – Impactação: quando ocorre retenção das secreções dos Sacos Anais devido à sua solidificação;
2 – Infecção (Saculite): quando há crescimento bacteriano nas secreções dos Sacos Anais tornando-se amareladas ou com pus e sangue.
3 – Abcesso: ocorre secundariamente à impactação e infecção, podendo rupturar libertando pus e sangue.
Como identificar uma doença dos sacos anais?
Predisposição: As afecções dos Sacos Anais são mais frequentes em raças de cães pequenos como Poodles Miniatura, Chihuahuas e Poodles Toys, podendo no entanto, aparecer em qualquer raça e tamanho.
Maior predisposição em animais obesos uma vez que a drenagem dos Sacos fica dificultada.
Os gatos raramente têm problemas com os seus Sacos Anais.
Não há predisposição sexual nem etária.
Fatores de risco:
* Dietas muito ricas em gordura;
* Fezes moles crónicas;
* Episódio de diarreia recente;
* Hipersecressão glandular;
* Disfunção do esfíncter anal externo;
* Animais parasitados.
Sintomas:
* Tenesmo (defecação dolorosa e prolongada);
* Prurido perineal;
* Dor e desconforto quando sentados;
* Animais cheiram/ lambem a zona perineal excessivamente;
* Corrimento sangrento e com cheiro desagradável na zona perineal.
Diagnóstico:
Através da história clínica e do exame físico dos Sacos Anais fazendo palpação digital. Se forem facilmente palpáveis, através da pele, estão aumentados consideravelmente.
Qual o melhor tratamento?
O tratamento para a Impactação dos sacos Anais e feito através da sua compressão manual de modo a eliminar o material solidificado no seu interior.
No caso de uma Saculite, além da compressão manual dos Sacos, o animal deve ser sujeito a antibioterapia sistémica. Em alguns casos pode ser necessário recorrer à aspersão dos Sacos com solução antiséptica.
Os abcessos dos Sacos Anais devem ser drenados cirurgicamente. Neste caso, os animais são submetidos à administração de Antibióticos e de Anti-inflamatório sistémicos.
A remoção cirúrgica dos Sacos Anais está indicada em animais com problemas persistentes ou recorrentes. Alguns cães podem apresentar secundariamente à cirurgia, incontinência fecal temporária. Isto ocorre porque os nervos que controlam o ânus estão muito perto dos Sacos Anais e podem ser danificados durante a cirurgia. Normalmente esta incontinência resolve-se entre poucos dias a algumas semanas.
Como prevenir estas patologias?
Evitar o excesso de peso do animal e optar por dietas ricas em fibra.